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terça-feira, 12 de outubro de 2010

QUESTÕES AMBIENTAIS- FIQUE ALERTA AOS SINAIS DA NATUREZA

Em Questão

O DRAMA DAS ENCHENTES

"Muito além dos prejuízos concretos, tais eventos assumem condição de tragédia por sua dimensão humana, ao ceifarem vidas, desestruturarem famílias e piorarem profundamente a vida dos sobreviventes".





No Rio de Janeiro, o problema já é um inimigo antigo. No entanto, em 2010, o céu parece ter resolvido derramar sua fúria sobre uma região conhecida justamente pela escassez de água. Neste ano, as chuvas constantes desde o outono castigaram o Nordeste, provocando enchentes avassaladoras, que mudaram a paisagem de estados como Alagoas e Pernambuco. No mundo, temporais descontrolados também inundaram rios e ruas, devastando China, Paquistão e países da Europa Central. Na mídia, seja aqui no Brasil ou em terras estrangeiras, as imagens chocantes da dor, do desespero de quem perdeu tudo e da mais completa destruição.



Tragédia puramente natural? A PROFESSORA analisa o quanto tais desastres são culpa da natureza e o que pode ser feito para evitar a repetição do problema.

Em Montes Claros o problema é a ausensia de chuvas, mas quando ocorre, em maior escala,  há também problemas como qualquer cidade com problemas urbanos.







Parece mesmo que já faz parte da rotina de nossa sociedade vivenciar eventualmente o drama causado pelas enchentes que castigam esse país tropical de tempos em tempos. Muito além dos prejuízos causados, tais eventos assumem efetivamente a condição de tragédia por sua dimensão humana, ao ceifarem vidas, desestruturarem famílias e piorarem profundamente as condições de vida dos sobreviventes que são gravemente atingidos.



A recorrência desses eventos é bastante alta, especialmente nos meses mais quentes. Em alguns casos, o impacto é maior. Sem voltar muito no tempo, podemos recordar as chuvas que atingiram o estado de Santa Catarina, no final de 2008; o drama em Angra dos Reis (RJ) e São Luis do Paraitinga (SP), na virada de 2009 para 2010; o impacto violento das águas que caíram sobre a região metropolitana do Rio de Janeiro no início de abril deste ano; e agora as chuvas que atingem o Nordeste, especialmente os estados de Pernambuco e Alagoas.

As recentes chuvas no Nordeste guardam características anormais pela sua época incomum e pelo seu processo de formação. Chuvas intensas assim são mais comuns no verão. No entanto, a região sofreu intensa carga pluvial num período de transição do outono para o inverno, quando as chuvas normalmente diminuem. A causa para isso é explicada pela ação conjunta de três fatores climáticos fora da normalidade.



Um deles é a chegada de ventos úmidos vindos da área conhecida como Alta da Bolívia, uma área de alta pressão, que dispersa esses ventos úmidos que atingem o Nordeste, normalmente no verão. Sua atuação no inverno pode ser considerada anormal.



Outro fator é a temperatura acima do normal nas águas do Oceano Atlântico na costa nordestina. Este fenômeno, que tem sido observado e monitorado pelos meteorologistas, facilita a evaporação das águas, aumentando o volume das chuvas que chegam ao litoral.

Somando-se a esses fatores, notou-se também a permanência da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) sobre o Nordeste. Sua presença, que torna os dias mais chuvosos, é comum no verão mas, com a mudança de estação, ela normalmente se afasta em direção ao hemisfério Norte, reduzindo as chuvas, o que não ocorreu até o início desse inverno.



A causa dessa anomalia foi o fortalecimento de um sistema de ventos paralelos ao Equador que sopram da África em direção ao Brasil. Esses ventos fortes impediram o deslocamento da ZCIT para o Norte, tanto que os níveis de chuva em Roraima e no Amapá - estados mais setentrionais, com terras no hemisfério norte - estão abaixo da média para a época.



Continua

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